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O Alto Acre é o lugar da sustentabilidade

Ecio Rodrigues & Aurisa Paiva, 01/01/2006

É bem provável que nenhuma outra região da Amazônia tenha sido palco de tamanha gama de experiências produtivas, ditas sustentáveis, que a região do Alto Acre, no estado de mesmo nome. De Capixaba a Assis Brasil, todos os cinco municípios, em maior ou menor grau, sediou projetos destinados tanto a minimizar os impactos da expansão agrícola e pecuária, quanto para oferecer alternativas competitivas oriundas do setor florestal.

Identificar e diagnosticar as razões para que isso ocorresse, ainda é uma lacuna que a academia deveria se ocupar. Algumas monografias e dissertações de mestrado seriam necessárias para explicar essa concentração de alternativas produtivas. Se, por um lado, a total falta de acesso rodoviário a esses municípios, à época da instalação desses projetos, desestimularia a opção por essa região, por outro, o trabalho de lideranças expressivas, como Wilson Pinheiro e Chico Mendes, trouxe um estímulo importante para optar por ela. Sem embargo, um olhar mais acurado, seguramente, apontará outras razões que precisam ser melhor conhecidas.

Mas o fato é que para a sociologia, economia, engenharia florestal e outros campos da ciência, o Alto Acre é um laboratório precioso para se compreender a realidade atual da Amazônia.

Afinal, foi ali que o movimento dos seringueiros, representado por suas associações de produtores, rurais e extrativistas, com o imprescindível apoio de um agente financiador recém criado, o Ministério do Meio Ambiente (sobretudo por meio do Programa Piloto, Projetos Demonstrativos – PD/A, Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA e a Secretaria de Coordenação da Amazônia), promoveu a execução de várias experiências de produção que, atualmente, possuem seu enquadramento nos ideais de sustentabilidade facilmente reconhecido.

Ocorre que, durante a década de 1990, a Amazônia se viu impregnada de vários projetos comunitários destinados à adequação da produção primária na região. E foi no Alto Acre que se conceberam e criaram as primeiras unidades de Reservas Extrativistas, ainda com a denominação inicial de Projeto de Assentamento Extrativista e inserido no Programa Nacional de Reforma Agrária. Foi ali, também, que se instalaram os primeiros açudes de piscicultura associados ao plantio de sistemas agroflorestais, sistemas esses com o maior nível de diversificação de espécies florestais já vistos.

Projetos como o de manejo de taboca para produção de móveis em Assis Brasil, de manejo comunitário de madeira para produção de móveis finos no seringal Cachoeira, em Xapuri, (já certificado com o selo verde do FSC), de sementes florestais de Brasiléia, de manejo florestal de uso múltiplo do seringal São Luis do Remanso em Capixaba (único no país com certificação do FSC para uso múltiplo) e de castanha em Epitaciolândia, somente para citar alguns, demonstram que os ideais de Chico Mendes, de uma Amazônia conservacionista, foram bem assimilados por sua base sindical.

Não foi sem razão que essa região tem recebido atenção especial nesses últimos oito anos. Seguindo a experiência dessas iniciativas foram instaladas indústrias florestais de grande porte no Alto Acre, como a de pisos de madeira e a de preservativos masculinos, além das duas usinas de castanha.

Com pavimentação, pontes e a regularização no fornecimento de energia elétrica o Alto Acre está pronto para deslanchar. Em um futuro próximo, será possível saber, se a mão invisível do mercado pendeu para a floresta ou para o agronegócio.

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A inclusão da madeira na cesta de produtos extrativistas

Uma produção extrativista ancorada no binômio castanha e borracha estava fadada à falência…

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A vez da produção florestal comunitária

A realidade social e econômica acreana passou por profundas transformações nas duas últimas décadas…

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Com a alagação, Acre não queimará em 2010

A lista de incongruências ambientais e florestais acreanas aumenta com facilidade. Sem ser prerrogativa de um agente econômico, ou ator social, ou ainda, autoridade constituída específica, as incongruências são ditas, ou escritas, com muita desenvoltura por todos, sem exceção, ou algum tipo de discriminação…

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Com o Legislativo, Acre não queimará em 2010

De maneira geral – e notadamente no período eleitoral – os parlamentares acreanos sempre se posicionam em defesa dos produtores rurais…

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Com piscicultura, Acre não queimará em 2010

O armazenamento de água em açudes só traz resultados positivos. Além do armazenamento por si já se configurar em um regime de uso equilibrado da água, o açude contribui para elevação da umidade relativa e a conseqüente redução dos riscos de incêndios florestais…

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Com sistemas agroflorestais, Acre não queimará em 2010

A possibilidade de se alterar a maneira como se dava a produção agropecuária na Amazônia chegou à região no final da década de 1980…

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Com tecnologia, Acre não queimará em 2010

O tom de desculpas públicas percebido nas entrelinhas da nota divulgada pelo Ministério Público estadual para justificar seu posicionamento com relação às queimadas fornece uma leitura clara da dimensão política que essa nefasta prática assumiu…

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Discussões que caducaram e ninguém se deu conta

A discussão acerca dos comprometimentos sociais e ambientais do processo de ocupação da Amazônia ganhou duras críticas no decorrer da década de 1980…

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É preciso aumentar o valor da floresta

O ecossistema florestal amazônico, que sempre deslumbra o mais frio observador, exige, quase que de maneira natural, uma adequação dos investimentos públicos e privados à sua realidade…

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Em 2010, a queimada estará banida no Acre

Banir é uma expressão forte. Erradicar também. Pois bem, em 2010, a prática da queimada na agropecuária estará banida e erradicada no Acre.

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Em 2010, Acre não queimará

15/01/2006

Em 2010, o Acre não queimará. Isso significa que toda e qualquer queimada será coibida e considerada ilegal. Não se fala das fogueiras maravilhosas das festas tradicionais de meio de ano, mas, sim, das queimadas comumente usadas na produção agropecuária. Significa mais, que temos quase quatro anos para preparar o terreno para que isso ocorra sem convulsões sociais ou outras questões de toda ordem.

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Fundo Nacional de Meio Ambiente vai mudar para melhor

01/01/2006

Em sua reunião ordinária realizada em Brasília, dias 23 e 24 últimos, o Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Meio Ambiente deu continuidade a uma série de transformações que fornecerão ao Fundo uma nova maneira de atuar e de financiar iniciativas voltadas para a conquista da sustentabilidade.

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Identidade florestal de Assis Brasil

Até bem pouco tempo Assis Brasil era de manga. Para chegar lá era muito difícil e de lá não se ia a canto algum, a única opção era voltar para Brasiléia e por isso era de manga…

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Logística no uso múltiplo da floresta

Um dos principais desafios a serem superados na operacionalização do manejo florestal de uso múltiplo se refere ao elevado grau de organização produtiva requerido…

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Manejo comunitário na Amazônia

O envolvimento da sociedade civil com o manejo florestal, ocorrido de maneira mais expressiva durante a década de 1990, pode ser considerado decisivo tanto na demonstração de que a alternativa florestal era possível…

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Microcrédito florestal e o Nobel da Paz

22/10/2006

São raros os casos nos quais o Prêmio Nobel da Paz é concedido para pessoas ou instituições que atuam fora dos temas da cooperação internacional voltada à promoção da compreensão, caridade e da paz (entendendo paz como ausência de conflitos ou de guerra)…

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Microcrédito florestal para extrativistas

01/01/2006

O Acre vem construindo, com muito esforço, uma marca de sustentabilidade. Desde o final da década de 1980…

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O BID e a cooperação florestal com o Acre

Em fevereiro de 1988 uma área com 41.000 hectares no Vale do Rio Acre foi transformada na primeira unidade de Reserva Extrativista da Amazônia, denominada de São Luís do Remanso…

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O conceito do uso múltiplo da floresta

O conceito de uso múltiplo da floresta possui origem recente. Até a segunda metade da década de oitenta, a idéia de uso múltiplo se restringia às diversas possibilidades de beneficiamento da madeira de determinada espécie.

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Política e o fim das queimadas no Acre

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Os dois maiores problemas ambientais da Amazônia são o desmatamento e a irmã deste, a queimada…

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O ambientalismo, desde o seu surgimento, e mais especialmente no início do século XX, debate-se entre o preservacionismo e o conservacionismo.

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Pronaf Florestal para a Amazônia

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Em sua 46ª reunião, realizada em Brasília nos últimos dias 28 e 29 de junho, o Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA), analisou e aprovou as propostas enviadas ao Edital 01/2006…

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Os desafios para se viabilizar uma economia florestal na região amazônica são imensos…

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Um legado acreano com certeza

A história da ocupação social e econômica da Amazônia é repleta de exemplos da estreita relação do produtor, à época chamado de extrativista, com o recurso florestal…

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