O Prêmio Nobel da Paz de 2007, equivalente a três milhões de dólares, foi dividido entre o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC em inglês) e o ex-presidente americano Al Gore, como reconhecimento aos seus exemplares trabalhos relacionados ao clima do planeta.

O IPCC, desde 1972, pública regularmente um relatório sobre o comportamento da Terra com relação ao clima. É formado por mais de 3.000 cientistas, de toda parte do mundo, e do Brasil também, que analisam resultados de pesquisas científicas realizadas pelos mais importantes organismos de pesquisas mundiais.

Em seu relatório, publicado no início desse ano, o IPCC pela primeira vez, de forma ousada, assumiu a existência do risco de mudanças climáticas perigosas. Ou seja, deixou claro que o clima na Terra esta desequilibrado e que o maior responsável por isso é a ação humana.

Isso quer dizer que o crescimento econômico baseado em automóveis e petróleo chegou no limite. Uma revisão é mais que urgente.

Al Gore, por sua vez, desde que perdeu as eleições presidenciais americanas, no início do ano 2.000, iniciou uma longa jornada ao redor do mundo realizando uma palestra, que depois virou livro e filme (ambos chamado de Uma Verdade Inconveniente), para despertar as autoridades mundiais acerca do perigoso processo de mudança climática em andamento.

O trabalho de ambos foi reforçado, por um também recente, relatório do Governo Inglês que calculou e previu que o aquecimento global, mantido o processo em andamento, causará nos próximos trinta anos, uma quebra na economia mundial, equivalente a 30% de toda riqueza atualmente gerada.

Ou seja, o cerco se fechou. Apesar da existência de alguns incrédulos (que gostam de usar o argumento da soberania nacional e da conspiração internacional), o mundo, com essa premiação, dá um recado tácito de que o equilíbrio climático do planeta é o tema mais preocupante para a humanidade no momento.

Os organizadores do Nobel foram bem além, ao associar crise ecológica com a possibilidade da ocorrência de guerra e paz. Agora, mais que nunca, é evidente que o equilíbrio do clima (ou por acarretar pobrezas extremas, ou por trazer calamidades públicas, ou, ainda, por não permitir o acesso de milhares de pessoas a água potável), será a principal ameaça à paz no mundo.

Ao receberem seus prêmios, todos os envolvidos não deixaram de citar a região considerada mais importante para manutenção do clima na Terra. A elevada preocupação com os destinos da maior floresta tropical do planeta, a Amazônia, não vai ceder espaços a demandas de frágeis economias locais.

Demandas justas, por geração de emprego e renda, que deverão ser atendidas pelos governos locais, mas nunca, com a promoção de opções produtivas que coloquem em risco a sustentabilidade do ecossistema florestal ali existente.

Nesse cenário de emergência mundial, no qual todas as atenções se voltam para conter as mudanças climáticas, a Amazônia, que já foi celeiro do mundo, surge, agora, como o “termostato verde” que garantirá o equilíbrio do clima no mundo.

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