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Não gostei, ou não entendi Marcel Proust

Ecio Rodrigues & Aurisa Paiva, 09/02/2025

Após enfrentar uma batalha que durou quatro meses e terminar a única extensa obra do autor francês, eu e minha eterna amada esposa, de um casamento heteronormativo menos comum a cada um dos últimos 34 anos, nos perdemos no tempo.

Discordando de quase tudo que lemos, antes de encarar a façanha, na maravilhosa Wikipédia sobre Marcel Proust e sua, de novo, única extensa obra “Em Busca do Tempo Perdido”, não conseguimos puxar uma cadeira para o francês sentar ao lado de um dos maiores da literatura portuguesa o nosso incomparável Machado de Assis.

Artigos não faltam para derramar elogios sobre a genialidade ao escrever sobre a memória de um rol de 200 personagens com opiniões que são alteradas pelo tempo.

Não aquela simplória memória voluntária das coisas que cada um prefere não esquecer, e sim a memória involuntária quando você experimenta um biscoito, no caso chamado de Madeleine pelos parisienses que viveram no início do século passado durante a primeira guerra mundial.

Outros elogios são rasgados na igualmente detalhada descrição sobre o impacto do tempo nos personagens, como se tivessem sido flagrados de forma abrupta pela velhice e derrotados em uma luta impossível de ser vencida.

Esperneando diante da fatalidade inexorável do envelhecimento físico e mental, a resposta da maioria dos personagens residiria na vã ilusão de pelo menos parecer jovem, com o artifício caro aos parisienses e aos franceses no geral: a maquiagem.

Como não vimos nada disso na, novamente, extensa única obra a angustia tomou conta, até que assistimos uma encenação, sketch como dizem os ingleses, em que um animador de programa de TV premiava quem conseguisse resumir a obra em 15 segundos.

Com a preciosidade do humor do Monty Python, ninguém venceu e o premio foi, com muita justiça diga-se, para a mulher da plateia com os seios mais lindos.

Aí estava a saída, o bom humor poderia ajudar a superar a angustia em relação à incompreensão de tantos elogios ao autor francês, além do que, afinal, não custava tentar.

Em 15 segundos, eis nosso resumo:

Nas 2.400 páginas, um pouco mais um pouco menos, sem diálogos e com parágrafos em média com 80 linhas, um pouco mais um pouco menos, Marcel narra sua experiência em participar de mais 200 reuniões, um pouco mais um pouco menos, organizadas por aristocratas e nobres pertencentes a monarquia francesa, em que, senão todos, a imensa maioria são de algum modo, pelo tipo de maquiagem, por mero balançar de braços e outros trejeitos homossexuais, que vez ou outra assediam o próprio narrador contaminando, inclusive, sua noiva Albertine com o homossexualismo feminino, que Marcel, o narrador, a despeito de Marcel Proust, o autor, ser homossexual assediador não assumido, considera um vicio ou doença possível de cura em uma atitude preconceituosa, inadmissível ao contrato social que a humanidade adota em 2024.

Parece que conseguimos deixar bem claro que todos os assuntos tratados nas reuniões intermináveis e cansativas retornam ao ponto central do homossexualismo. É desse tema que se trata e não à toa um dos sete livros é exclusivamente dedicado ao homem (Sodoma) e à mulher (Gomorra) homossexual.

Bem pela beirada, tangencialmente com dizem os críticos, sem demonstrar qualquer intenção em se aprofundar, Marcel também narra ou delimita um ou outro personagem que acompanharia o Caso Dreyfus, um exemplo nada inusitado e bem nítido do fracasso da sociedade francesa daquela época em investigar, com o mínimo de eficiência, uma denúncia muito séria de traição ao país o que poderia levar ao enforcamento do acusado.

Sob a sombra de uma incompetência de raiz para conduzir um processo investigativo de qualquer natureza, o público desliza para estupidez da teoria de uma conspiração mundial e planetária para destruir os judeus. Mas a história mostrou que, no fundo e felizmente, tudo se restringiu à incompetência investigativa de meia dúzia de generais do exército francês mesmo.

Também não existe, de fato e no modelo de uma literatura que se pretenda interessante, uma ficção a ser contada.

Marcel narra suas experiências em paixões superficiais e, de certo modo, no formato de diário.

Em um primeiro momento seu amor por Gilbert, uma adolescente que em uma passagem de cinco linhas, talvez o parágrafo mais curto de todos, parece fazer ele se apaixonar com um falso beijo e uma sensação estranha seguida de tremedeira, talvez um orgasmo.

Note-se que a mãe de Gilbert, sua primeira paixão, e ao final inclusive ela própria se descobrem homossexuais.

Logo depois ele se vê apaixonado por uma senhora, a de Guermantes, sem que exista razão masculina para tal. Sim você quer saber, ela parece que não, mas seu marido sim, gay.

Até a terceira e última paixão, Albertine, que tal qual Bentinho com a Capitu, porém com o homossexualismo latente, Marcel sacrifica a pobre coitada até a morte pelo ciúme e, pasmem na tentativa da cura gay, daquela doença do homossexualismo.

Da mesma maneira que as histórias dos personagens, não das centenas e até milhares como os elogiadores adoram repetir, alguns oito, um pouco mais um pouco menos, são limitadas e repetitivas chegando quase sempre ao lugar comum, o homossexualismo.

Inclusive a história do pobre Barão de Charlus, sem medo de errar o principal personagem do pouco de ficção que a obra traz e que em sua trajetória de nobre homem homossexual da realeza assedia além de Marcel um número grande de motoristas, ascensoristas, atores, carpinteiros, enfim, tudo do sexo masculino que anda e rasteja de Paris a Bagdá.

Pobre Charlus porque de todos é o que sente de pior maneira o impacto da velhice em sua luxuria homossexual, sendo ao final narrado por Marcel em uma cessão de masoquismo e sadismo inacreditável e sem o menor sentido se e claro, existisse a preocupação de uma literatura ficcionista de fato. 

Em algum momento, curto momento por sinal, Marcel tenta mostrar que um dos personagens vestindo a carapuça de um diplomata francês poderia iniciar uma discussão sobre a situação da Europa em relação às pretensões de dominação dos alemães e a sempre imprescindível e forte resistência dos ingleses.

Muitos franceses são favoráveis a uma rendição e até associação aos alemães por considerarem sua invencibilidade, na máxima de que seria melhor para França de unir que enfrentar um inimigo do calibre da Alemanha.

O Barão de Charlus por sua vez prefere os ingleses que são mais astutos, podem vencer os alemães e, claro, são mais bonitos, de volta ao tema gay.

Nada disso entra em algum detalhamento por Marcel que se dedica a narrar o ciúme homossexual, a inveja homossexual, a melancolia homossexual e, em especial, a luxúria homossexual, fazendo com que o leitor chegue a perigosa conclusão de que o futuro da humanidade é homossexual, será?

Não é a história que importa a Marcel Proust e por isso ele pode transgredir na literatura com reviravoltas inadmissíveis pela falta de sentido e somente aceitável pelo pano de fundo homossexual que trespassa toda obra.

Não é sobre memória, ou envelhecimento, ou ainda sobre ciúme, mas sim um retrato do homossexualismo que impregnava uma sociedade que não sabia de que maneira deveria lidar com isso.

Não é sobre uma tradução que seja considerada aceitável pela crítica ou reconhecida pela fidelidade ao original, pois se trata de uma obra de um autor francês para ser lida pelos parisienses e talvez outros franceses, desde que homossexuais.

A conclusão óbvia é que “Em Busca do Tempo Perdido” é obra inescapável, para usar expressão dos críticos literários, para um publico homossexual muito específico e de preferência francês.

Após 10 anos, Acordo de Paris se consolidará na COP30

09/03/2025

Contudo, terminado o século passado e ainda na primeira década do atual, os cientistas divulgaram uma série de estudos analisados pelo painel cientifico da ONU, conhecido por IPCC na sigla em inglês, comprovando e determinando com exatidão considerável as taxas de aumento anual da temperatura.

O sucesso do Acordo de Paris pode ser medido pela excelente estratégia de fazer com que cada um dos 197 países, que aprovaram o pacto, apresentasse metas de maneira voluntária, mas que, uma vez aprovadas na ONU, deveria ser honrada por obrigação até 2030.

Nós brasileiros, por exemplo, nos comprometemos a gerar mais energia elétrica com placas solares, cata-ventos e, por óbvio diante do potencial natural do país, construindo mais usinas hidrelétricas.

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Escola de Samba carioca esquece crise climática em 2025

02/03/2025

Não podemos esquecer que a conferencia das partes sobre mudança climática, ou simplesmente COP30, acontecerá em novembro próximo em Belém, capital do Para.

E que será um momento oportuno para chamar a atenção do mundo para o desmatamento da Amazônia e os avanços das políticas públicas que cobram muito esforço da sociedade para conservar a maior floresta tropical do planeta.

E mais que a escolha de uma cidade amazônica como sede pode atrair investimentos para financiar projetos em bioeconomia e exploração sustentável da floresta, que permitam superar o nefasto e persistente ciclo econômico da pecuária extensiva iniciado nos idos de 1970.

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Concessão Florestal elevará riqueza de Apuí no Amazonas

23/02/2025

Ainda em 2007 a Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, foi a primeira área coberta por florestas nativas na Amazônia a ser leiloada para exploração por uma indústria madeireira legalmente amparada pelo sistema de Concessão Florestal.

Da Floresta Nacional do Jamari em 2007 até a Floresta Nacional de Jatuarana hoje, a economia florestal na Amazônia demonstra potencial para gerar maior riqueza que aquela obtida pelo desmatamento da pecuária extensiva.

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COP 30 já começou

16/02/2025

Em 2015, quando todos os países da ONU, ou melhor, do planeta, assinaram o Acordo de Paris, relatórios seguidos do Painel de Cientistas da ONU, IPCC na sigla em inglês, composto por mais de 3.000 pesquisadores representantes de todos os países membros da ONU, forneceram a comprovação científica para superar o Princípio da Precaução.

Enquanto isso, por aqui os brasileiros e seus representantes políticos, conseguiram aprovar e colocar em prática um arcabouço legal robusto para fomentar a geração de energia elétrica considerada limpa, sem carbono.

Nunca, na história brasileira, se captou tanta energia do sol, dos ventos e da água.

Melhor ainda, mais de 140 usinas hidrelétricas representam quase 70% da energia elétrica distribuída para residências e indústrias.

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