Durante mais de trezentos anos de ocupação produtiva da floresta, consolidou-se uma dupla dependência: os extrativistas sobrevivem do recurso florestal, e a floresta sobrevive do extrativista. É o extrativismo, elevado ao patamar tecnológico do manejo florestal de uso múltiplo, a principal alternativa produtiva e, de outra banda, a principal barreira para impedir o avanço do desmatamento sobre a floresta.
Os extrativistas manejam um leque variado de produtos da floresta. Estão incluídos nesse leque os pescados, a fauna silvestre, as resinas, as frutas, as gomas, e assim por diante.
Cada grupo, ou segmento produtivo, decompõe-se em várias categorias, com dinâmica produtiva e realidade de mercado próprias, numa cadeia infindável de possibilidades de empreendimentos que podem se transformar em linhas de financiamento, formando desse modo uma “Carteira de Microcrédito Florestal”.
O potencial de impacto do microcrédito florestal mostra-se impressionante. Trata-se de instrumento de inclusão social, de redução da pobreza e consolidação do desenvolvimento sustentável na Amazônia. Afinal, os beneficiados são populações tradicionais da Amazônia, ou seja, gerações e gerações que, desde o final do século dezenove, vêm mantendo uma relação produtiva com o recurso florestal.
A Carteira de Microcrédito Florestal da Andiroba assume duas prioridades:
(a) Possibilitar o acesso dos extrativistas ao crédito, por meio do uso de garantias de relacionamento entre o agente e o tomador do empréstimo; e
(b) Promover uma produção florestal inserida nos ideais de sustentabilidade atualmente preconizados.
O Microcrédito Florestal da Andiroba atinge uma clientela de 7.600 empreendedores, segmentados em extratores de borracha (1.200); coletores de castanha (800); manejadores florestais (2.000); beneficiadores de produtos florestais (1.600); e vendedores de produtos florestais (2.000).
PRÊMIO FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL DE TECNOLOGIA SOCIAL, edição 2005;
PRÊMIO EMPREENDEDOR SOCIAL – ASHOKA/MCKINSEY, edição 2006;
PRÊMIO ODM BRASIL – OBJETIVOS DO MILÊNIO, edição 2008;
PRÊMIO SAMUEL BENCHIMOL, edição 2014.